quinta-feira, 29 de março de 2007

A tua partida



Tuas palavras
inundaram-me os sentidos
como se de uma luz
fortíssima se tratasse
abri e fechei os olhos
e tive vontade de fechá-los
imediatamente
era demasiado doloroso.


Quis que se tratasse de um sonho
mas uma explosão de palavras
infiltrava-se na minha cabeça
chegadas dos ouvidos
vindas de tua boca.


Não podias estar
a falar a sério
parei de falar
para ouvir-te
e reparei
que teu discurso
habitualmente arrumado
e claro
se encontrava
num estado de organizada
confusão.


Querias partir
de minha vida
e no teu saco de viagem
querias levar
todas as lembranças
com que me comtemplaras
impossível!


Posso apenas entregar-te
as recordações materiais
mas os momentos
em que elas me foram entregues
não poderás arrumar na tua mala.


Há muito que desconfiava
que tinhas começado
a desejar este dia
tuas visitas
significavam apenas
para verificares
se ainda me querias.


Tanto quanto me lembro
nunca me deixei
arrebatar tanto
por ninguém
mas neste momento
não tínhamos nada de bom
ou sequer fútil
a dizer um ao outro
para além do "vou sair da tua vida"
e da minha resposta
"não pedirei que fiques
por saber que nunca resultaria."

sexta-feira, 23 de março de 2007

Há um vazio enorme
a apoderar-se de mim
cheio de saudades
de outros tempos
dos outros nossos tempos
da magia que ponhas em tuas palavras
quando comigo falavas.
Dentro desse vazio
que entrou na minha vida
de mansinho e sem pedir licença
oiço a falta dos teus elogios
das palavras sussurradas
da alegria que me proporcionava
com tuas demonstrações de carinho
de amor até...
Recordo os dias
em que ouvi os primeiros passos
daquilo que mais tarde seria
a minha dependência de ti.
Foi um processo lento-rápido
maravilhoso por sentir
que me entregava a alguém.

segunda-feira, 19 de março de 2007

FICAREI QUIETA




Ficarei quieta
até que queiras falar comigo.
Que poderei fazer eu
em contrário à tua vontade?
Ficarei quieta sim
no sentido de que não te incomodarei
mas mais do que isso
não poderei prometer-te!
Não ficarei parada
na vida, isso não...
Não me privarei de viver
isso nunca!
Não poderei ficar quieta
até que decidas falar comigo
isso não posso prometer
porque significaria
deixar-me morrer
lentamente na penumbra
de uma espera.
Terei de respeitar
o teu desejo
de não quereres ouvir minha voz.
Mas não poderei , isso nunca
deixar de lutar por ser feliz.
Ficar quieta
até que decidas falar comigo
é algo que não posso prometer-te
mas prometo-te,isso sim
que não te incomodarei
com minhas palavras
com meus pensamentos
com a minha felicidade
nem com a minha
grande vontade
de VIVER a VIDA.

quinta-feira, 15 de março de 2007

Como me enganei...




Pensava eu que era fácil
mandar a vida embora
a "nossa" vida «à vida»...

Pensava eu que podíamos
cada um por si
rasgar novas janelas
abrir novas portas
e seguirmos nossos caminhos
separadamente!

Como estava enganada...
como foi possível
iludir-me a esse ponto?

Agora sei
mais do que nunca
que a minha vida
faz parte da tua
ou nem sei se tenho vida
ou se é a tua vida
que faz parte da minha...

Só sei que
mais do que nunca
hoje tenho a certeza
que te QUERO!

Quero-te como nunca...
Obrigada por existires
Obrigada por permitires
que hoje seja uma mulher mais feliz
do que era ontem.
Obrigada por contribuires
para a minha felicidade.



terça-feira, 13 de março de 2007

Às voltas com a vida




Não sei se andamos nós
às voltas com a vida
ou se é ela
que anda connosco às voltas


Só sei que
andamos sempre às voltas...


Não importa porquê
nem por quem


E sei também que precisamos
muitas vezes de dar a volta
Não sei se à vida
se a nós na vida.


Sei também
que o que nos é imprescíndivel "agora"
dada meia volta
deixa de o ser
e quando terminamos a volta
o imprescíndivel
já era, já foi...
e a vida apresenta-nos
algo sempre mais importante.


E cá andamos nós
nesta roda viva
de voltas e mais voltas
tal rolamento à frente
em que o mais importante
é cairmos bem
assentando com os dois pés no chão
sempre prontos
para a nova caminhada.




domingo, 4 de março de 2007

Sempre a circular

Sou-te submissa
e fiel aos nossos "contratos",
quando te sinto meu.


Basta sentir-te longe
Basta sentir-te pouco
Basta dentir-te de outros
E...
Rasgo todos os "contratos"
Deito por terra tudo o que construímos...


Porque nada é eterno
e as nossas "construções"
são de areia
é assim que gosto delas.


Vem a ventania
e todas se desfazem.


Voltamos a erguer
os nossos sonhos
voltamos a comprometermo-nos!